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Supersafra – novos desafios para a logística

Se por um lado a confirmação de uma nova supersafra a partir de fevereiro deste ano é uma notícia positiva, em termos de produtividade e talvez de redução nos preços de alguns produtos, a notícia traz novamente à tona o universo de desafios logísticos do país. Problemas enfrentados em 2013 relativos a filas nos portos e estradas e atrasos no embarque de mercadorias, tendo em vista o novo volume de produtos agrícolas, só devem aumentar em 2014. O feijão lidera a perspectiva de alta, com um possível aumento de quase 40% no volume produzido, mas safras recordes também são esperadas para o algodão, para a soja e para algumas variedades de café.

Sem grandes modificações na capacidade de manuseio de cargas, portos como Santos e Paranaguá tentam implementar soluções de agendamento de carga e embarque para evitar, ou ao menos diminuir, as imensas filas ocorridas no ano passado. Em Santos, autoridades já tentam desde janeiro entrar com soluções de concentração de caminhões em pátios de manuseio, retirando excesso de carretas das vias no entorno da área portuária. E não adianta achar que o volume de agrícolas afetará apenas ao segmento – com filas em portos e estradas lotadas, todo o transporte de mercadorias, nacionais ou importadas, deve sofrer atrasos e alongamento de prazos de entrega.

Aumento no custo do frete

Os gargalos logísticos continuaram a fazer o preço médio dos fretes no país variar acima da inflação em 2013 e, ao julgar pelo volume de produtos agrícolas e pelas poucas modificações realizadas na malha rodoviária, a situação deve prosseguir em 2014. Em 2013, o Índice Nacional da Variação de Custos do Transporte Rodoviário de Cargas Fracionadas (INCTF) registrou alta de 7,85%, quase dois pontos percentuais acima da inflação, sendo que para fretes em distâncias “longas” e “muito longas”, de mais de 2.400 e 6.000 quilômetros, respectivamente, as altas chegaram a 8,09% e 8,24%.

Para transportes urbanos, custos também subiram, encarecendo ainda mais a entrega pontual de mercadorias, com destaque para produtos adquiridos no comércio eletrônico. A expectativa é de que fretes para compras online continuem a subir.

Notícia boa

O que talvez seja uma notícia ruim para a grande maiorias das empresas sem frota própria e para o consumidor em geral, é na verdade uma notícia excelente para o caminhoneiro de carretas: segundo o mesmo estudo do INCTF, os salários de motoristas e ajudantes subiram, em média, 10,22% e 10,33%, respectivamente. Para caminhoneiros independentes, 2014 pode ser um ano maravilhoso – a supersafra e prováveis problemas de circulação decorrentes da Copa do Mundo podem engordar ainda mais seus salários, elevando o status da categoria e permitindo a muitos caminhoneiros um estilo de vida melhor.

A pesquisa do INCTF ainda apontou em 2013 uma alta de 6,87% nos preços dos veículos de carga e 12,7% nos preços de pneus para carretas e caminhões, embora os preços de muitos implementos tenham permanecido mais estáveis (não houve, por exemplo, variação nos preços de semirreboques).

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