Portos são avaliados pelo Instituto Ilos
Uma pesquisa publicada esta semana pelo Instituto Ilos mostrou que a avaliação em relação aos portos brasileiros é a pior desde o início da sondagem e que, sem surpresas, terminais públicos são muito pior avaliados do que portos de operação e concessão privada. A consultoria que realiza, desde 2007, estudos e pesquisas de opinião a respeito das condições e operações em terminais marítimos públicos e privados do Brasil, e este ano levantou a pior nota geral para a infraestrutura portuária nacional. A pesquisa foi feita com mais de 160 empresas de inúmeros setores distintos e registrou uma nota geral de 6,8 para a estrutura de portos e terminais marítimos do país – uma avaliação apenas mais baixa do que a realizada no primeiro ano da pesquisa, em 2007, quando o número atingiu 6,3.
Críticas e reclamações à parte, o aspecto mais relevante da pesquisa foi mostrar, mais uma vez, que os terminais cuja gestão é feita por companhias e consórcios de capital privado apresentam uma operação mais profissional e que atende melhor as empresas usuárias. Já os portos administrados por autarquias estaduais e federais, não surpreendentemente, tiveram as piores avaliações, entre eles Santos, Salvador e Paranaguá.
O campeão
O Porto de Itapoá, um terminal privativo catarinense que vem operando há apenas três anos, é o porto que recebeu as melhores avaliações no estudo da Ilos. O terminal lida atualmente apenas com contêineres e é administrado pelas empresas Aliança (da Hamburg Süd), Battistella e Log Z. Itapoá garantiu uma nota 8,9 entre os entrevistados e o primeiro lugar na pesquisa, que envolveu outros doze terminais portuários. Para quem lida com operações intermodais e comércio exterior, o terminal aparece com uma alternativa, para quem sabe, estudar e experimentar novas rotas de escoamento. Veja na tabela abaixo a colocação dos demais portos:
NOTA GERAL | PORTO | |
1 | 8,9 | Itapoá |
2 | 7,9 | Pecém |
3 | 7,44 | Navegantes |
4 | 7,3 | Rio Grande |
5 | 7,29 | Vitória |
6 | 7,22 | Itajaí |
7 | 6,89 | Suape |
8 | 6,86 | São Francisco do Sul |
9 | 6,8 | Itaguaí |
10 | 6,72 | Rio de Janeiro |
11 | 6,36 | Santos |
12 | 6,33 | Salvador |
13 | 6,33 | Paranaguá |
Reclamações
As administrações dos portos de Santos, Paranaguá e Salvador, últimos colocados na pesquisa, questionaram os resultados do estudo feito pelo Instituto Ilos. Segundo os portos, os terminais que auferiram as primeiras colocações possuem porte consideravelmente menor e operam com tipos específicos de carga, o que não os exporia a problemas enfrentados pelo congestionamento e excesso de volumes operados. Além disso, diversas obras de expansão e modernização dos terminais públicos ainda aguardam aprovações e orçamento.
Além disso, as companhias portuárias estatais argumentam que grande parte das reclamações e problemas enfrentados pelos usuários dos terminais têm relação com estradas, ferrovias e opções de escoamento da carga até os portos – o que não seria da alçada das docas nessas regiões portuárias, mas ainda assim causa transtornos, filas e até mesmo perdas de mercadorias.