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Milk run – do básico ao topo do planejamento logístico

Algumas terminologias próprias do segmento logístico, muitas delas bastante técnicas, são hoje amplamente difundidas, mesmo entre outros mercados e até entre o público em geral. Termos como “just in time” e “delivery”, embora mantidos em seu idioma original, são perfeitamente compreendidos por grande parte da população. Já alguns outros termos, aparentemente simples, ainda não são ouvidos e entendidos com a mesma facilidade: é o caso do “milk run”.

Grosso modo o conceito de “milk run” visa à otimização de entregas e coletas, envolvendo clientes e fornecedores, protagonizada por uma empresa de transportes ou logística. Sua origem remonta, como sugere o nome (milk, de ‘leite’, em inglês), os antigos e tradicionais entregadores de leite engarrafado de porta em porta, mais comuns nos Estados Unidos do que por aqui. Embora não tenha sido tão difundido no Brasil, conhecemos a prática por meio de filmes e desenhos animados mais antigos que assistimos. As empresas que faziam a entrega programada de leite nas manhãs americanas deixavam garrafas cheias para os clientes, após retirá-las nos fornecedores, recolhendo ao mesmo tempo as garrafas vazias, que eram deixadas à porta.

Desse modo, os caminhões de entrega tinham de realizar apenas um único trajeto diário, encaixando no início dessa rota os diversos fornecedores e no final os clientes. As garrafas vazias recolhidas eram então deixadas nos fornecedores na corrida da manhã seguinte, enquanto novas garrafas cheias eram coletadas para entrega aos clientes. Todo mundo ganha: o cliente possui um serviço ininterrupto e programado, fornecedores não são obrigados a manter e gerenciar pesados estoques e podem rapidamente adequar suas produções… quanto às transportadoras e empresas de logística, bem, seu ganha-pão está garantido, com contratos por tempo indeterminado.

Sem cruzamentos

Um dos objetivos desse sistema é criar caminhos de rotina que sigam trajeto linear diário – o caminhão parte da origem, passando primeiro pelos fornecedores, que estão em local mais próximo, e em seguida rumando para os destinos das entregas, do mais próximo para o mais distante. Claro que, a depender da variedade de cargas e encomendas, é possível intercalar fornecedores e clientes para otimizar ainda mais o uso do espaço dentro do veículo e também tempos e movimentos. De um modo geral, o importante mesmo é que, uma vez deixando o ponto inicial, o caminhão não volte a cruzar a mesma rota até o dia ou jornada seguinte – parece óbvio, mas em cidades nas quais a circulação é cada vez mais complexa e depende de horários e permissões de tráfego, a prática exige ciência e planejamento.

Um passo para o just in time

Já discutimos aqui um pouco do sistema “just in time”, mais difundido no setor logístico brasileiro – a terminologia não quer dizer o mesmo que “milk run“, mas seguindo uma lógica da “corrida do leite”, transportadores, empresas e mesmo caminhoneiros independentes podem abrir um excelente caminho para a inserção de cláusulas e sistemas just in time em seus contratos e serviços. É simples: se você segue uma rota linear e sequencial, com lógica e atende os mesmos fornecedores e clientes sempre na mesma sequência e hora do dia, com o tempo ficará bastante fácil prever tempos e movimentos, criando um sistema no qual o comprometimento com a entrega em determinada hora e local não é um bicho de sete cabeças.

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