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Fretes – um belo peso no bolso do empresário

Custos com fretes podem inviabilizar negócios

Há dois grandes fatores de peso e preocupação em toda e qualquer cadeia econômica no mercado brasileiro. A carga tributária é, sem dúvida, a primeira e maior delas. Contudo, os preços dos fretes e as despesas com transportes e logísticas também ainda tiram o sono de boa parte da classe empresaria. As preocupações começam já nas pequenas empresas, comércios e serviços – de pizzarias e restaurantes delivery, que precisam gastar com entregadores, a empresas de capital aberto e produção de insumos, que operam complexas estruturas intermodais, todos são afetados de forma quase instantânea por variações na oferta e nos preços dos fretes.

O peso da logística e principalmente dos fretes pode variar de acordo com o segmento econômico, assim como o impacto das variações. Em empresas que trabalham com commodities, por exemplo, algumas variações de centavos por tonelada podem inviabilizar um negócio que vem sendo tratado há meses. Por isso mesmo, boa parte dos produtores de minérios e grãos, entre outras commodities, possuem contratos de longo prazo com operadores logísticos ou até mesmo subsidiárias inteiras responsáveis pelo transporte. Empresas como a Vale, por exemplo, operam ferrovias, terminais portuários e armadas inteiras de navios.

Quando vamos ao varejo, especialmente no caso de lojas virtuais, preços de frete muitas vezes superam até mesmo o valor dos produtos vendidos – e geralmente chegam a uma média de 20% ou 30% do valor total da compra. Sem poder para absorver essa conta, pequenas lojas online acabam perdendo a competitividade e o apelo junto ao consumidor.

Segmentos mais atingidos

Uma pesquisa realizada em 2013 pela Fundação Dom Cabral apontou os segmentos de bens de capital (máquina e equipamentos em geral) e de construção civil como os que possuem as maiores despesas operacionais com logística – no caso dos dois, os gastos com transportes e afins excedem 20% de todas as despesas. Na área de construção, tudo precisa ser levado até a obra possui um custo: concreto, aços, pisos, vidros e janelas, peças de concreto, e muito mais. Em muitas situações, como no caso de pré-fabricados de concreto, transportes especiais precisam ser destacados, e outros casos as distâncias cobertas são imensas e problemáticas, como em obras de hidrelétricas, por exemplo, encarecendo os valores dos fretes.

Na área de máquinas, muitos equipamentos colossais precisam ser transportados com escoltas e equipes inteiras contratadas, em caminhões especiais e solicitando o fechamento de vias – tudo isso tem um custo enorme, e no Brasil, sai ainda mais caro.

Pequenos sentem mais

Mas embora o custo proporcional seja maior para setores infraestruturais, as pequenas empresas sentem com mais violência o impacto dos custos logísticos em nosso país. Um grande vilão no varejo, por exemplo, é o custo de armazenagem. Em muitos casos, como em lojas de e-commerce mais genéricas, manter tudo em estoque é suicídio. Boa parte dos produtos são apenas encomendados junto aos fabricantes na eventualidade de uma venda. E esse não é um dilema exclusivamente brasileiro – é claro que a grande quantidade de impostos e papelada envolvida por aqui dificultam a vida do empresário, mas problemas e dilemas com estoques e distribuição são um dos grandes dramas do varejo mundial.

O que fazer para otimizar? Mais inteligência na contratação de fretes, soluções regionais de distribuição, uso de novas tecnologias e fretes compartilhados – há muito o que tentar e resultados podem aparecer de forma relativamente rápida. Mais do que reclamar do peso e dos custos, a classe empresarial precisa ousar um pouco mais e passar por cima dos paradigmas na área de transportes, ou o problema continuará a ser apenas mais uma reclamação de mesa de bar.

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